Análise do Censo 2022 revela avanços demográficos e sociais de Bento Gonçalves
- Bento+20

- 17 de nov.
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Estudo conduzido pelo professor Fabiano Larentis aponta crescimento populacional, mudanças etárias e novos desafios urbanos para o futuro da cidade

Uma análise detalhada do Censo 2022 foi elaborada e divulgada pelo Sub-Reitor da UCS/Carvi, professor Fabiano Larentis. O estudo mostra que Bento Gonçalves mantém trajetória consistente de expansão populacional, diversificação econômica e qualificação educacional, mas já enfrenta desafios relacionados ao envelhecimento, à mobilidade urbana e à integração social.
Segundo o levantamento, Bento atingiu 123.151 habitantes em 2022, registrando o maior crescimento proporcional entre os municípios gaúchos com mais de 100 mil moradores. Desde 2010, o avanço foi de 15%, e a projeção mais recente do IBGE já aproxima o município dos 128 mil habitantes. A cidade se consolidou como um polo que atrai trabalhadores, estudantes e empreendedores, reforçando sua posição estratégica na Serra.
A análise mostra que, embora Bento ainda seja uma cidade jovem, há uma mudança marcante na estrutura etária: o número de pessoas com 60 anos ou mais já supera o grupo de até 14 anos. A mediana de idade chegou a 37 anos, fenômeno que pressiona políticas de saúde, geração de emprego, qualificação e mobilidade. O cenário reforça a necessidade de planejamento de longo prazo, eixo central do Masterplan coordenado pelo Bento+20.
O estudo aponta também alto índice de alfabetização, com 98,4% da população sabendo ler e escrever. Há crescimento na escolaridade formal, especialmente entre os jovens, e 21% dos moradores possuem ensino superior completo. A diferença entre faixas etárias, porém, permanece expressiva, afetando renda, produtividade e inserção profissional.
No mercado de trabalho, 58% da população com 14 anos ou mais está empregada, em uma economia diversificada que combina indústria, serviços e comércio. A renda média individual atinge R$ 3.445, mas desigualdades persistem: homens ganham cerca de 45% a mais que mulheres, e quem possui ensino superior recebe, em média, mais que o dobro de quem tem apenas o ensino fundamental.
Outro destaque da análise é o aumento da migração. Hoje, 9% dos moradores nasceram fora do Rio Grande do Sul, percentual que dobrou desde 2010. O fluxo, composto por trabalhadores brasileiros e estrangeiros, confirma o dinamismo do município e reforça a importância de políticas de acolhimento, capacitação e integração social.
No aspecto urbano, Bento possui 48.813 domicílios e apresenta indicadores acima da média nacional: 98% das ruas pavimentadas, 99% com iluminação e 94% com calçadas. A média de 2,5 moradores por residência aponta estabilidade habitacional. Porém, o estudo ressalta que 27% da população vive em áreas sem arborização, sinal de alerta para a agenda ambiental.
Os dados revelam, segundo Larentis, um município em transformação acelerada, que cresce, diversifica e se moderniza, mas precisa ajustar políticas públicas para lidar com novas demandas. Para o Bento+20, o conjunto de informações reforça a importância do Masterplan, que orienta o desenvolvimento estratégico da cidade.
A análise do Censo, agora sistematizada, servirá como insumo para as câmaras técnicas do movimento, contribuindo para decisões alinhadas à realidade social, econômica e urbana de Bento Gonçalves. O estudo consolida uma visão clara: o futuro da cidade depende da capacidade de planejar, integrar e agir de forma colaborativa.






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