O DESAFIO DA ESCASSEZ DE MÃO DE OBRA NO COMÉRCIO
- Luisa Cobalchini Damasio
- 16 de abr.
- 2 min de leitura
Por Luisa Cobalchini Damasio - Coordenadora da CT de Comércio

O comércio enfrenta um período de grandes desafios e transformações, evidenciado pela crescente presença de "procura-se" nas vitrines da cidade, para os mais diversos cargos e setores. Essa realidade reflete uma mudança no mercado de trabalho.
Em meio à crescente busca por mão-de-obra, observa-se que as expectativas e perspectivas dos trabalhadores também estão mudando. Hoje, muitos profissionais buscam um trabalho que proporcione bem-estar, flexibilidade de horários e oportunidades de crescimento. No setor do comércio, especialmente o varejo físico, nem sempre consegue atender a essas expectativas. Na contramão dos desejos dos trabalhadores, estão as exigências dos consumidores, que buscam cada vez mais eficiência e disponibilidade no atendimento.
Muitos esperam que os comércios funcionem em tempo integral. A cultura do imediatismo foi impulsionada pela era digital, que acelerou o ritmo de vida e elevou as expectativas. Hoje, é comum que consumidores esperem acesso a produtos e serviços a qualquer momento do dia, sete dias por semana.
Para atrair e reter talentos, as empresas precisam ir além da oferta de vagas, investindo em capacitação e desenvolvimento profissional. A busca por novas formas de trabalho tem levado algumas redes a adotar escalas mais flexíveis, alinhando as condições oferecidas às expectativas dos trabalhadores. E como fica o pequeno comércio varejista neste cenário?
Com menos funcionários disponíveis, há sobrecarga para a equipe, maior risco de rotatividade e dificuldade para manter a loja aberta em horários estendidos, o que pode reduzir a competitividade diante das grandes redes e do comércio online. Os pequenos negócios podem aproveitar sua principal — e, talvez, mais valiosa — característica: a criação de ambientes próximos e humanizados. Esses comércios promovem espaços de trabalho intimamente colaborativos, onde a comunicação é direta e o reconhecimento do esforço individual se torna evidente e explícito. Essa abordagem fortalece o sentimento de pertencimento, contribuindo para o desenvolvimento de uma cultura inovadora e, acima de tudo, humana.
À medida que o comércio se reinventa, a escassez de mão de obra se transforma em uma oportunidade para impulsionar a inovação e modernizar a gestão de pessoas. O futuro pertence aos varejos que investem em tecnologia, capacitação e em uma cultura que valorize seus colaboradores, demonstrando o quanto eles são essenciais para os negócios. Afinal, os negócios são feitos de pessoas! O comerciante deve encarar esse novo cenário como um convite à reinvenção que abre caminho para um setor mais moderno e mais preparado para os desafios do futuro.
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